terça-feira, 27 de dezembro de 2011

2011 EM REVISTA

GRUPO TEATRO APOLLO

2011 EM REVISTA

Fazer teatro, estar no teatro é muito mais que pisar um palco.

É Concentração - Espontaneidade - Naturalidade - Criação - Construção - Desconstrução -Jogo - Limite - Máximo - Pontência - Capacidade - Tensão - Emoção - Actor - Não aos papagaios - Honestidade - Fazer - Fazer - Fazer - Fazer - Fazer - Fazer - Fazer - Fazer - Experimentar - Experimentar - Experimentar - Descobrir - Encontrar - Atingir - Viver - Cena - Palco - Prazer - Muito - Espectador - Sentir - Viver - Ler -Perceber - Palavra - Paragráfo - Frase - Sentido - Intenção - Imagem - O que transporta? - Significado - Produção - Imaginação - Não penses - Faz, faz, cria, constrói - Inventa - One image - One vision - Transcende-te - Procura - Alcança - Redescobre-te - Não resistir - Intenso - Frize - Querer - Gostar - Emoção - Público -Palmas - Sinceridade - O que nos toca - Personagem - Ganhar - Forma - Comandar - Acertar - Tentativa - Amar - Odiar - Gritar - Beijar - Dia - Noite - Zangado - Irritado - Feliz - Emocionado - Chorar - Rir - Tocar - Agarrar - Livre - Preso - Incompreendido - Inimaginável - Crer - Mulher - Homem - Criança - Rei - Lunático - Zé Galo - Vizinha - Servente - Bobo - Princesa - Príncipe - Pastor - Pintor - Pé Carriço - Chícharo - Pirata - Kid Labaredas - Zé Fósforo - Menina - Eucalipto - Coelho Pimpão - Hospedeira - Lena Caloraças - Romeu - Julieta - Brisa - Rambo - Alves - Tasqueiro - Isabel - Velha - Mãe - Arminda - Sr- Manuel - Sr. Padrinho - Zé das Couves – Elsa – Rei Leandro – bobo – Amarílis – Violeta – Romualdo – Sr. Castro – D. Maria – Amélia – Conde da Vidigueira – Luís de Camões – Francisca - Personagem - Ganha vida - ELA. PARABÉNS AO TEATRO

Tudo tem a ver com pessoas e essas são mais importantes.


Ao longo do ano, procurámos manter algumas atividades como o Jantar de Reis ou o Apollo sai à rua. Esta última é uma atividade feita numa manhã. Este ano, foi chuvosa, andávamos e discutíamos, tudo ao mesmo tempo, entre chapéus, lenços e galinhas. Uma delas, até aproveitou para dar uma escapadinha e fugir porque não lhe apetecia estar ali. Para debaixo de um carro e lá ficou. Pitá, pitá, pitá…Calcorreamos as ruas de Ourém, parávamos e vários estabelecimentos, uns com autorização, outros sem ela e terminámos a almoçar no Nobre.

A manhã deu para o almoço. E lá se fez a promoção ao Apollo e ao Dia Mundial do Teatro que se comemora em Março. Fomos adiantados, fomos, mas não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.


Chegou a 5ª Meia Maratona de Teatro em Março, menos fria, com um cartaz mais audaz, grupos que não conhecíamos e com uma casa totalmente desarrumada. Após o Chá com Letras, no dia 11 de Março, a equipa de limpeza, leia-se Apollo, entrou em funções pelas 8h00 da manhã do dia 12, dia em que se iniciava a Maratona. Para nós começou mais cedo. Todo o espaço onde seriam realizados os espetáculos era uma espécie estaleiro de obras, pó e mais pó, tábuas, lixo, cadeiras e mesas para lavar. Enfim, foi arregaçar as mangas, outros a colocarem máscaras na cara porque atores que são atores também sofrem de alergias e mãos à obra. Não parecia ter fim aquele trabalho. O compressor de água ajudou tanto naquele dia, como ajudou a força que o grupo teve para que da parte da tarde tudo estivesse pronto. Cansativo? Muito. “ó Tatiana, não venham para aqui que isto está uma confusão do c…”, alguém dizia numa sms, um dia antes da limpeza geral. Mas agora, meus senhores, temos casas de banho novas, uma boa régie e uma entrada fantástica que até acede a luz quando passamos. Tudo no Centro Cultural e Recreativo de Peras Ruivas.


Uma semana depois, seguimos para o Castelo de Leiria para apresentar Na Terra dos Sonhos. Nesta altura ainda não tínhamos descoberto, que se pode pedir às entidades que nos arranjem o andaime sem necessidade de termos que levar sempre o nosso. O nosso é nosso e como grupo de teatro que se preze, temos sempre aquela coisa que com o nosso nada falha. Superstições;). Foi neste espetáculo que se estreou o avião júnior, Sandrine Vieira, veio a carrinha do Sr. Faria, “com os móveis Faria. Vamos para onde ele nos guia” e onde a Selma teve que fazer de marcha atrás todo o percurso até ao Castelo. Abençoada e valente. A tralha da Terra dos Sonhos é infindável. Entre capacetes, fatos de lunáticos, espelhos, etc e tal, aquilo, ainda dá para se perderem vassouras e reencontrá-las. Os Serviços de Documentação do IPL gostaram do espetáculo, muita criançada, um dia bonito e um Castelo que começou a ver teatro.

E porque gostamos de Castelos, voltamos ao de Ourém, onde estamos em residência artística (como é bonita esta expressão) desde 2007. Lá fizemos O Gato, com ensaio com público e tudo, meio tremido, meio a andar, e desta vez com mais uma parceria feita com a Taberna do Castelo, onde o público pode apreciar a broa domingueira. Nunca tivemos como este ano, tanto mosquitos a invadir o Torreão, foi deveras horrível a reentrada naquele espaço. Quem

nos manda ocupar o espaço deles? Tivemos que desinfetar a área, mais uma vez com a equipa de limpeza e manutenção de áreas que o Apollo tem. Combatemo-los com incenso (falhou), mafu (também falhou), alecrim queimado (mais ou menos), até que tivemos que ir em frente como o Quixote de La Mancha e dizer-lhes que vínhamos em paz e, por isso, muito agradecíamos que imigrassem. Até porque parece que está na moda dizer-se isso. E eles bem ou mal mandados, lá foram.

Depois do Gato, voltamos a José Saramago no Torreão, procurou-se colocar duas pessoas a fazerem um personagem para que a peça tenha a possibilidade de viver mais tempo e de estar mais em cena. E a coisa resultou. Ainda de forma embrionária mas, garantidamente, o Apollo terá sempre esta característica. As vidas pessoais são importantes e fazer teatro também. Daí que melhor é que se garantam as duas coisas.

Já estávamos no final de Junho quando a Câmara nos pediu para fazer-nos alguma performance para o Encontro de Associativismo de Ourém, a ter lugar no dia 15 de Julho. Lá conversei com a Sónia Costa, disse-lhe “olha, havíamos de ir fazer qualquer coisa à cerimónia” e meio refogada a ideia entre as duas, pesquisas, lembranças dela, aproveitando textos Fernando Pessoa que já tínhamos utilizado, entre os trapos da feira e os chapéus a três euros que assumimos ser as tias da França que chegaram a Portugal, lá se cozinhou O elogio ao amor, misturando ao textos de Pessoa, as cartas de Amor que ele havia trocado com Ofélia. Naquela noite em que se distinguiu o Mérito Associativo, o Grupo de Teatro Apollo associa-se ao evento, falando de amor, afectos através de Fernando Pessoa. É o Elogio Ao Amor e aos afectos não só a pessoas, como a instituições, à arte e ao desporto. Foi aí que o Apollo, através da Dora Conde, recebeu um prémio de Mérito Técnico Associativo. Está lá em casa. Não foi recebido por mim, mas por dois grandes amigos, o Paulo Santos e a Sónia Costa. É dedicado a todos que comigo embarcaram nesta aventura.


O Verão chegou e os atores do Apolo são festivaleiros. Muito. E ainda bem;) Vêm com boas energias, renovados, com bons espíritos. Falo mais por uns que por outros. Há deles em que dormir numa tenda de campismo ainda é um bocadinho confuso. Ainda assim, deu para o Apollo não parar durante o Verão. Estivemos na Taberna do Castelo no dia 20 de Agosto, numa noite em que o tempo ameaçou ser de chuva intensa, temporal, ventos fortes, tudo e mias alguma coisa, mas depois naquele microclima do Castelo acabou por ser um agradável serão.


Ainda antes desta representação, estivemos no ArteCaffé, com a Na Terra dos Sonhos, o andaime andou a sobrevoar uma árvore que teimava em não permitir grande visibilidade, o calor era intenso à uma da tarde, a carrinha teve que ficar arrumadinha e nunca aquele andaime teve tanto espaço atrás. Aquilo ninguém se estorvava.

Conhecemos em Setembro, a Oficina de Artes de Vale da Perra. O andaime lá voltou a andar de um lado para o outro, procurando o melhor enquadramento, teatro ao ar livre mas bem-disposto e foi nessa noite que por ficou decidido alterar a peça que tínhamos marcado para Proença-a-Nova do Gato para Na Terra dos Sonhos. O bom do teatro, deve ser como em todas as outras atividades, são as terceiras partes. Após colocar tudo dentro da carrinha, bem arrumadinho que o Nuno faz questão que as coisas caibam e refila muito, é tempo de rumar a uma casa mais perto de si para o licor, uma ginja. E que bem que sabe. Criam-se amizades, companheirismos e não se diz muita coisa importante. E isso também é muito bom.


Rumamos para Ansião, numa aventura com carrinhas do arco-da-velha. Acabámos por levar a do Sr. Faria “vamos para onde ele nos guia”, numa viagem que mais parecia um comboio e as suas carruagens. Duas pessoas na parte de trás da carrinha, mantas por cima, material, tudo misturado porque é preciso continuarem. Uma viagem dura de roer.

Muita mesa espalhada, muitos cuidados com a Segurança do espaço e canas que podiam furar olhos, o pic-nic Apolliano realizou-se no Cabeço, em Pêras Ruivas, em setembro. Juntou-se toda a família, num convívio em que além de leitão, tartes, foi inventada uma nova bebida que fez as maravilhas dos presentes. Só faltou o organista mas não faltou a música, os risos, a alegria e muita vida. Porque é de vida que o teatro fala e é de vida e de amizade que continuamos.



Já no final do ano, a ida a Proença-a-Nova onde além de irmos ser a primeira vez em que fomos todos juntos, tipo excursão, conseguimos um andaime, em Proença, tivemos muito público, aulas de defesa pessoal com o Sr. Carlos e tivemos 5 nomeações: melhor cartaz, melhor som, melhor ator, melhor atriz e melhor grada roupa. Foi a primeira vez em que estivemos num Festival e não podia ter sido melhor. No dia 10 de dezembro, lá voltámos, na Gala 10 para as 10 onde arrecadámos os prémios de melhor atriz, Tatiana Pedro, melhor ator, Paulo Santos, melhor espetáculo 2011 com a Na Terra dos Sonhos, este último contemplado com um, cheque de 600 euros. Foi fantástica a sensação, parece que de Proença estávamos ligados ao mundo, não fossem as novas tecnologias que nos mostram ao mundo e a ele mostram a nossa felicidade.


Voltamos ao Torreão, numa incursão rápida para um trabalho específico: o de fazer um espetáculo para o workshop de fotografia promovido pela Câmara de Ourém. Na Terra dos Sonhos foi aberto ao público em geral e dedicado aos formandos deste workshop. O público parecia um acampamento com pessoas em pé, de lado, em cima, um autêntico amorfanhado de gente que procurava o melhor ângulo. Foi uma boa experiência. A luz estava boa. E a Experiência correu bem.

Em dezembro foi ainda tempo para a ida a Montalvo e para um trabalho no âmbito do Dia Internacional da Deficiência, Noite da Diferença, em que trabalhámos com utentes do Centro João Paulo VI. Foi uma noite memorável.

Certamente tantas outras histórias por aí existem, porque são tantas as pessoas que se dedicam ao Apollo e com ele passeiam ao longo de todo o ano. As fotos são aleatórias, mas o espírito e a alma que nelas está, é o reflexo de um trabalho conjunto, partilhado que se vai encaixando na vida de cada um. Dá muito trabalho, dá aflição e algumas noites mal dormidas. A logística de montagem de um espetáculo é uma máquina que mexe muito. O Grupo de Teatro Apolo nunca terá o trabalho terminado, é contínuo. Sentimental? Pois, sempre que se fala de teatro e do afeto que sinto por esta arte, fico sem jeito. O Tozé do Ultimato dizia que na Gala do dia 10 de dezembro, que o pó do palco é tão danado, que se entranha de uma forma no corpo todo que difícil é ele sair. Pois, acho que todos sofremos do mesmo mal. Falo do teatro, mas falaria de uma outra atividade que nos apaixonasse, que nos fizesse sofrer, discutir, gastar horas, passar frio, transportar, pensar. Porque, muitas outras existirão. Escolhemos esta, ou então saiu-nos na rifa. Com brinde e tudo. Parabéns Apollo. Continuação de energia positiva para o próximo ano.


GRUPO DE TEATRO APOLLO

EM 2012 -16 anos

7 DE JANEIRO – JANTAR DE REIS

2 DE MARÇO – APRESENTAÇÃO NOVA PEÇA NO FESTIVAL CENOURÉM

13, 14 E 15 DE ABRIL – 6ª MEIA MARATONA DE TEATRO EM DE PÊRAS RUIVAS

26 DE MAIO – O GATO – MOSTRA DE TEATRO DE CEM SOLDOS

FELIZ NATAL A TODO O GRUPO DE TEATRO, A TODO O PÚBLICO E A GENTE POR AÍ VAI CONTINUAR. A SORRIR E A PROJETAR.

UM ABRAÇO,

DORA CONDE