quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Público atento

Uma Noite na Idade Média

Não é nome de filme, mas foi como eu me senti na noite do último sábado, dia dezoito. Após um ótimo dia de viagens pela Região Centro de Portugal, incluindo o Convento de Cristo, em Tomar, e o famoso Santuário de Fátima, resolvemos entrar na vila medieval de Ourém. O dia já havia nos mostrado muitas belezas da Idade Média e acreditamos que a noite poderia nos mostrar mais algumas. O Convento de Cristo é uma construção que serviu como sede da Ordem dos Cavaleiros e dos Templários, fundado pelo Grão-Mestre dos Templários portugueses, em 1162. O Castelo de Ourém, por sua vez, situa-se no cimo do monte que avista-se da cidade de Ourém, próxima a Fátima. Voltando, pois, à noite deste último sábado, entramos na vila após o sol se pôr. A vila fica abrigada por muralhas e o local ainda conserva as construções e ruas do tempo dos primeiros condes de Portugal. Quando pensávamos que já estávamos o bastante maravilhados com aquilo que víamos, descobrimos, por acaso, que uma companhia de teatro estaria a apresentar-se nos aposentos do Castelo de Ourém às nove horas daquela noite.
Algumas velas iluminavam o Castelo de Ourém. Próximo ao torreão e às luzes, um grupo de homens e mulheres estava a conversar. Vestiam roupas que lembravam nobres dos tempos medievais, havia também um camponês e uma ou duas serviçais. Entramos e subimos a escadaria de pedra, também iluminada com velas, que dá acesso ao torreão. Havia cerca de 25 pessoas, um trono e uma mesa de banquetes. De imediato, serviram-nos sopa quente e vinho. Após alguns minutos, um arauto entrou e anunciou a chegada do Rei Leandro ao seu Castelo de Helíria. Logo atrás deste, entrou o seu Bobo, trajando rubro, azul e um grande chapéu com guizos.Após as primeiras frases do Rei Leandro, percebi, com alegria, que tratava-se de uma adaptação do Rei Lear, de Shakespeare, uma das minhas peças favoritas do bardo. O texto, de Alice Vieira, pareceu-me bastante simpático e muito divertido. A autora retirou algumas cenas e personagens de menos importância da peça original, deixando o espetáculo mais curto e a trama menos densa.
Após quarenta e cinco minutos e findo o banquete do Rei Leandro, o intervalo foi anunciado pelo arauto, que também convidou o público a comer. Pão, carne e vinho, uma simples e medieval refeição, como haveria de ser. O segundo ato foi apresentado na rua, em um dos pátios do castelo. O terceiro e último ato, de volta ao torreão, foi seguido por mais bebidas e doces.Após o espetáculo, estivemos em uma taberna tradicional ao pé da Igreja Matriz da vila medieval. Serviram-nos ginjinhas (cortesia da Cia. de Teatro), bebida tradicional portuguesa. Mais tarde, voltamos ao castelo e assistimos o fim da nossa noite mais medieval terminar.O grupo chama-se Grupo de Teatro Apollo. Tem sede em Pêras Ruivas, Ourém, e faz encenações periódicas no torreão do Castelo de Ourém. A diretora de "Leandro, Rei de Helíria" é Dora Conde, que também interpreta o Bobo. Foi, na minha opinião, o destaque da noite em Ourém.

Texto de Gilherme Correa, um dos espectadores presentes no espectáculo do dia 18 de Outubro no Torreão sobre a peça Leandro, Rei de Helíria

5 comentários:

Anónimo disse...

A malta brasileira é nossa amiga, a malta brasileira é nossa colega, vamos fazer com eles... la la la la la la;)
Beijos e obrigada!
Tati.

Anónimo disse...

Maravilha!!! Assim vale a pena!!!:D

Guilherme Corrêa disse...

Pois vejam só, meu texto veio parar aqui! Que legal... :)
Grande abraço pra vocês! ;)

Anónimo disse...

Com surpresas destas, assim se contam historias, se partilham momentos...

Anónimo disse...

era o mínimo que podiamos fazer!!!:)

Beijo!!!